segunda-feira, 14 de maio de 2018

Katmandu, Finalmente!.....



Finalmente aterrámos em Katmandu!.... Foram muitas emoções antes de aqui chegarmos... muitas incertezas... Mas chegámos!

Depois de um voo para Roma cancelando por greve dos comandantes e quase 4 horas na fila das reclamações do balcão da TAP, tivemos que adiar a viagem para o dia seguinte e voltar a casa carregados de frustração..., felizmente a empresa francesa com quem contratámos resolveu logo a situação e disponibilizou um guia e transporte para esperar por nós e nos levar até ao grupo que iniciou a atividade mais cedo...

No dia seguinte, um simples atraso na partida de Barcelona para o Qatar.. fez com que perdêssemos a ligação no Qatar e chegássemos a Katmandu ainda mais tarde do que o previsto mas tal como combinado com a Allibert Trekking, um guia aguardava por nós no aeroporto e levou-nos de táxi para Besisahar onde dormimos uma noite e no dia seguinte, num jipe todo o terreno por uma das estradas mais perigosas do Nepal chegámos finalmente a Dharapani,


Estrada entre Besisahar e Dharapani

Depois de regressar encontrei este vídeo no youtube que retrata bem a "qualidade" da viagem:


 


Chegámos a Dharapani onde nos encontrámos com o grupo de franceses com quem iríamos compartir a viagem.


1ª Lodge em que ficámos em Dharapani


Depois das apresentações chegou a hora do jantar com uma comida oriental, a comida nepalesa varia entre as influencias hindus e chinesas o que pode ir de um caril suave a um chau min de legumes bem saboroso, finalizado sempre com um chá preto bem quentinho para sossegar o estômago!



Momos com Chau min, um prato com influencias tibetanas e chinesas
Dhal Bhat o prato tradicional Nepalês com mais influencia Hindu


Na manhã seguinte levantar às 6 da manhã e pequeno almoço às 6.30h já com os sacos prontos, para serem carregados pelos Sherpas (carregadores da etnia sherpa nepalesa), rapazes muitas vezes menores que carregam entre 30 a 50 kg às costas em condições quase miseráveis mas cuja atividade lhes garante algum rendimento considerável face ao nível de vida daquele povo.




O pequeno almoço varia entre pão tibetano (uma espécie de coscurões sem açúcar), panquecas e crepes e pão indiano (nanes) com ovos estrelados, omeletes ou ovos cozidos, chá preto ou café... nada mau e sempre em abundância. 



1º DIA - Dharapani - Chame



1ª Etapa - Dharapani (2.000m) - Chame (2.700m), cerca de 20km com um desnível de cerca de 1.000 metros positivo, pois todos os dias subíamos a um local mais alto do que aquele a que íamos dormir, uma regra que facilita a aclimatação à altitude de uma forma quase natural evitando o aparecimento do mal de montanha. Esta etapa foi ainda de media montanha, com uma vegetação quase semi tropical, dias quentes embora com noites bem frias....






As rodas de oração encontram-se por todo o Nepal mas especialmente nas regiões onde o budismo está mais enraizado e é nas montanhas junto ao Tibete de maior influência budista onde se situa o circuito dos Annapurnas que mais se encontram as chamadas rodas de oração.

Trata-se de cilindros de metal com caracteres em sânscrito que ao se fazerem rodar com a mão direita se podem rezar as preces budistas, existem de todas as formas mas estes são os mais correntes nas aldeias por onde passámos. 






E Finalmente, o nosso alojamento!




Os alojamentos de montanha no Nepal são os chamados lodges, embora com um bom aspeto exterior, é um alojamento bastante rudimentar, para quem conhece... algo semelhante aos refúgios de alta montanha, por um lado com aspetos melhores como os quartos duplos, mas por outro com condições térmicas bastante piores que os refúgios . Os edifícios são na sua maioria de madeira, mas sem qualquer isolamento, ou seja, é comum haver corrente de ar dentro do quarto mesmo com janelas e portas fechadas porque as frestas entre as tábuas são enormes e permitem a entrada de ar frio e do vento. 





O único local do lodge com aquecimento é a sala de refeições que em geral tem uma pequena salamandra que dá um ar menos frio e permite uma refeição mais agradável. As casas de banho são pequenas barracas de madeira no exterior com um buraco (casa de banho turca), os duches também da mesma forma e apenas até aos 3500m, depois temos pena, mas duche só de dodot....




2º DIA - Chame - Pisang


2ª Etapa - Chame (2.700m) a Pisang (3.200m), também cerca de 20km e mais uma vez cerca de 1.000m de desnível, este dia já subimos mais um pouco, já começamos a ver mais neve e mais picos... a paisagem começou a ficar deslumbrante... o caminho faz-se numa floresta sempre perto do rio, ladeado de montanhas de rochas planas inclinadas que lhe conferem uma beleza ímpar. Entrámos na província de Manang!









Ao meio dia parámos num lodge para almoçar e como sempre iniciámos a refeição com um sumo de manga quente, muito usual nestas paragens, além de calmante para o corpo, evita os problemas da água contaminada.... de seguida um delicioso chao-min vegetariano que repetimos... maçã e claro um chá preto para finalizar.

De notar que neste circuito o chá preto é definitivamente a bebida de eleição, toma-se chá preto 5 vezes ao dia.... ao pequeno almoço com opção de café...., paragem a meio da manhã numa tea house para beber mais um chá preto, novamente no final do almoço para aconchegar o estômago, por volta das 16.30h já no lodge, como saíamos cedo também chegávamos cedo, mais um chá preto onde o guia falava sobre o itinerário do dia seguinte e finalmente o ultimo chá preto do dia depois do jantar.




Almoço



A razão de tanto chá preto resume-se no facto de ser uma bebida bastante energética, conter muita cafeína e sobretudo é uma forma de obrigar as pessoas a ingerir mais líquidos, hidratando o corpo e evitando assim o mal de montanha.
À medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica baixa e o ar, menos denso, tem menos oxigénio. Esta diminuição na quantidade de oxigénio afeta o corpo de várias maneiras: aumentam o ritmo e a profundidade da respiração, alterando o equilíbrio entre os gases pulmonares e o sangue, aumenta a alcalinidade do sangue e altera-se a distribuição de sais como o potássio e o sódio dentro das células. Como resultado, a água distribui-se de forma diferente entre o sangue e os tecidos. Estas alterações são a causa principal do mal da montanha






Quando chegámos a Pisang, aldeia com muita influencia tibetana, o nosso destino desse dia, subimos a um mosteiro budista lá bem alto, por volta dos 3.500 metros de onde se abarca uma vista fenomenal do vale.










À nossa espera estava este complexo "hoteleiro" de 5 estrelas! E assim finalizámos o 2º dia!






(Continua....)








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