Quando me foi diagnosticado o cancro, fiquei aterrorizado como qualquer ser humano nestas circunstâncias, mas logo nos exames que me foram efectuados se concluiu que o cancro estaria confinado ao rim (aparentemente estaria curado) e nesse caso, a percentagem de sobrevivos ao fim de 5 anos rondava os 80%, o que me deu muito ânimo e positividade para continuar toda a minha vida. 2 semanas após a operação já andava 8 km a pé (já tinha uma experiência de alguns anos de caminhadas e montanhismo), reiniciei o trabalho normalmente e todas as minhas rotinas estavam reestabelecidas à 3ª semana após a cirurgia.
O cancro renal não reage nem à quimioterapia convencional, nem à radioterapia, pelo que neste cancro não são administrados tratamentos de químio nem de rádio. O que por um lado é mau para o tratamento da doença, por outro, é também um beneficio na medida em que não temos de aguentar os efeitos secundários bem conhecidos de todos...
Apesar do susto, a minha vida corria a todo o vapor... em Junho fui fazer montanhismo para a Córsega, fazer o mítico percurso GR20, um dos mais difíceis trekkings da europa ocidental, particularmente a parte norte que foi precisamente a que fui fazer... com a maior entusiasmo que se possa imaginar... depois de se passar por um diagnostico destes a perspectiva da vida muda radicalmente, começa-se a apreciar tudo o que nos rodeia.... a vida!!!! e foi assim que fiz o GR20 na companhia da minha mulher e com uma empresa de trekking, pois se antes eu fazia estas aventuras sozinho agora sentia necessidade da segurança de uma empresa e um guia, não que eu me sentisse incapaz, mas porque me sentia mais seguro....
Depois disto ainda subi ao pico mais alto da península, o Mulhacén na Sierra Nevada, a cerca de 3.500 metros de altitude...
Foi um tempo de grandes alegrias, gratidão sem fim, pela forma como me encontrava depois de tudo o que se tinha passado... recordo com saudade estes tempos que duraram pouco mas que foram tão intensos.....
Pouco tempo depois, em Julho tudo se modificou....
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